20100121

ESFERA

Nessa pagina encontrara fragmentos do projeto Material Tebas, os demais links acima fazem parte do projeto “Corpos Acumulados”. Criamos uma nova pagina para publicar nosso processo de pesquisa, no endereço www.esferalabirintica.blogspot.com








EM BUSCA DO ESPAÇO

O vídeo“Perambulações”aborda o espaço percorrido pelo grupo em busca de um novo habitar para uma possível sede. Durante os meses de Agosto e Setembro de 2010, o grupo opta em construir o projeto em outro espaço, mais precisamente na zona leste da cidade, onde estavam ocorrendo os núcleos de pesquisas. Na época tivemos duas propostas de ocupação: uma delas foi a “Casa do Cristo” localizado na zona leste, em Itaquera. Outro espaço pesquisado foi um ex-centro de formação de condutores, espaço também localizado na zona leste (Penha)






Devido a questões burocráticas e estruturais do espaço os dois locais não contemplaram as exigências do projeto. O grupo então percorre outros espaços da cidade, mas sem sucesso. Com essa busca, o projeto “desacelera” e o grupo decide uma nova negociação com o Pinel, obtendo um diálogo positivo em relação às atividades do grupo. Desde então, continuamos nossa proposta no Pinel obtendo uma troca entre os integrantes do grupo, funcionários e pacientes




O Pinel é atualmente nossa sede, um hospital psiquiátrico, onde lidar com a presença da loucura é trabalho, criação, criatividade, inspiração, inovação e transformação, local onde Corpos Acumulado nasceu e onde Material Tebas/Eldorado 11 de Setembro, começa a nascer em meio a criação e renovação do lugar. A criatividade tem que ser renovada para que possamos crescer, para que tenhamos que romper desafios, em fim Pinel é tentar transformar aquilo que está presente em nossa vida que requer dedicação, estudo, leitura, escrita, corpo presente e crescimento intelectual. (Joeli – integrante)







“Quando eu despertava assim, e meu espírito se agitava, sem sucesso, tentando saber onde eu me encontrava, tudo girava a meu redor na escuridão: as coisas, os países, os anos. Meu corpo, entorpecido demais para se mover, procurava reconhecer, pela forma de seu cansaço, a posição de seus membros, para perceber a partir deles a direção da parede, o lugar dos móveis, para reconstruir e nomear o local em que se encontrava. Sua memória, a memória de suas costelas, de seus joelhos, de seus ombros, apresentava-lhe sucessivamente os vários quartos em que dormira, enquanto em torno dele rodopiavam nas trevas as paredes invisíveis, mudando de lugar conforme o cômodo imaginado. O que um dia cobriu a terra não está mais sobre ela, mas abaixo; para visitar a cidade morta, não basta uma mera excursão – é preciso fazer escavações.”. (MARCEL PROUST, Em busca do tempo perdido)






Como tema para o seu novo projeto de pesquisa teatral, a II Trupe de Choque elegeu a miragem de Eldorado, cidade imaginária que atiçou os sonhos febris dos navegantes e conquistadores europeus ao mesmo tempo que se furtava a todo esforço de localização. Essa miragem, que os desejos de colonizadores, seringueiros e garimpeiros engendraram e que a história brasileira não cansou de dissolver, servirá de mote para a criação de um espetáculo teatral que procurará tecer uma investigação espacial – a partir de escavações a territórios esquecidos da cidade – e temporal – a partir da memória das comunidades visitadas. Além de todos os Eldorados coletivos e individuais que poderão ser encontrados durante as Expedições do grupo pela cidade, a II Trupe de Choque, dando continuidade a uma pesquisa já iniciada no seu projeto Corpos Acumulados, elegeria como foco inicial de investigação o ELDORADO DO ESPETÁCULO. A concretização desta sociedade se deu em um momento traumático do século XXI, primeiro grande ELDHORRORADO destes tempos de capitalismo tardio: o 11 de setembro
O objetivo do projeto é construir um espetáculo teatral, a partir do material dramatúrgico da tetralogia tebana, que terá como tema “Eldorados Periféricos/ ELDHORRORADO 11 de SETEMBRO”, através de um processo de investigação que envolve, durante todo o processo de criação, a realização de Núcleos de Pesquisa artística

Como material cênico catalisador desta investigação sobre os ELDORADOS PERIFÉRICOS e sobre o ELDORADO DO ESPETÁCULO: 11 DE SETEMBRO, teríamos uma rede de textos capazes de dar continuidade ao universo trágico pesquisado pela II Trupe em Corpos Acumulados: a trilogia tebana, escrita por Sófocles, e a peça Sete contra Tebas, escrita por Ésquilo e que corresponde à continuação da história do clã de Tebas, uma espécie de quarta parte da trilogia. Teríamos assim uma TETRALOGIA TEBANA FORMADA POR:
Édipo Rei
Édipo em Colono
Antígona
Os sete contra Tebas
A metodologia de montagem seria baseada em identificar as ações centrais de cada peça e improvisá-las a partir do confronto com o universo brasileiro dos Eldorados, pesquisado com os Núcleos Desterritorializados, e com o universo do ELDORADO 11 DE SETEMBRO. O 11 de setembro e os Eldorados periféricos constituiriam assim a moldura da experimentação cênica com a Tetralogia Tebana




A imagem central deste projeto, capaz de articular seus inúmeros e distintos Eldorados, é a da viagem, do trânsito permanente, do habitar entre mundos, a Passagem absoluta, a imagem do navio. O barco à deriva, ao longo de uma geografia semi-real, semi-imaginária, nos propõe a situação liminar – situação simbólica e realizada ao mesmo tempo pelo privilégio que se dá ao navegante de ser fechado às portas das cidades em terra firme: sua exclusão deve encerrá-lo; se ele não pode e não deve ter outra prisão que o próprio limiar, seguram-no no lugar de passagem. Ele é colocado no interior do exterior e inversamente. Fechado no navio, de onde não se escapa, o navegante é entregue ao rio de mil braços, ao mar de mil caminhos, a essa grande incerteza exterior a tudo. É um prisioneiro no meio da mais livre, da mais aberta das trilhas: solidamente acorrentado à infinita encruzilhada. É o Passageiro por excelência, isto é, o prisioneiro da passagem. E a terra a que aportará não é conhecida, assim como não se sabe, quando desembarca, de que terra vem. Sua única verdade e sua única pátria são essa extensão estéril entre duas terras que não lhe podem pertencer


Processo de criação de personagens

O video busca a partir da leitura e discussão do texto Édipo Rei, um diálogo com o filme Édipo Rei de Pasolini. O encontro faz parte do processo de investigação de personagens do grupo II Trupe de Choque - encontro realizado 05 de Junho de 2010









Material Tebas/Eldorados/11desetembro: lemos as peças da Tetralogia Tebana, estudamos a sua forma, como o texto é dividido, procuramos fazer encenações imaginárias das peças e agora estamos lendo juntos cada peça, procurando identificar as ações do texto, as ações centrais de cada episódio, nomeando cada um e escolhendo um episodio de cada peça para trabalharmos, trazendo jornadas. Nos perguntamos/me pergunto: o que a tetralogia tebana pode dizer hoje? O que a cegueira de Édipo pode dizer do mundo hoje? O que as relações de poder explícitas e implícitas no texto podem dizer? Quais as relações entre Tebas e São Paulo?Quem são os nossos Édipos, Jocastas, Creons? E sem me anular diante desse texto, e fazendo um caminho contrário a essa anulação, primeiro devo perguntar: o que eu quero dizer pro mundo? O que eu quero dizer pro mundo através dos textos da tragédia? Como chocar, fazer ir em direções opostas ou ir de encontro o Material Tebas e a minha própria voz? E será que eu como sujeito dessa época, de subjetividade esvaziada, de desejos controlados pela mercadoria, sei o que quero dizer? (Luzimara - Integrante)


ÉDITO 3 min.

No lugar das duas torres, irrompeu o vazio. O ato terrorista de 11 de setembro descosturou a paisagem e, mais ainda, abriu um rasgo na linguagem, esgarçou a ideologia, deixando ver o lado escuro do avesso do cenário. O ato terrorista interferiu na instância do olhar, que conecta a sociedade consigo mesma, e, assim, conseguiu o inacreditável: feriu o corpo de cada um, tanto daqueles a quem pôde matar sob os escombros dos edifícios como daqueles a quem, na forma de um show, alcançou como imagem. A data de 11 de setembro inaugura uma nova era, há quem diga uma nova “nova ordem mundial”, na qual a guerra é travada, antes, na dimensão do olhar. Não que a guerra como espetáculo não aconteça desde sempre. O que distingue o período presente de todos os outros é que, agora, a dimensão do olhar assume a centralidade da guerra e do terror, assim como já havia assumido a centralidade da política, da cultura, da religião e da própria economia









O Vídeo partiu de uma pesquisa realizada na investigação do personagem Édipo, onde foram pesquisadas na internet musicas que tinha como tema a mitologia grega de édipo Rei. Nesta pesquisa foi encontrada um grupo latino- americano que construíram a composição da musica em cima da história do personagem, junto a musica, que tem o canto na língua latina-espanhola foi também pesquisada a legenda dessa musica em português, o que permitiu que montasse-mos no vídeo a tradução da musica em português, também realizamos uma investigação para a leitura da musica imagens da bolsa de valores, gráficos, impressão de dinheiro e a cidade de Nova York antes do ataque terrorista, utilizamos para essa pesquisa a célula de improvisação proposta para o exercício, o qual pesquisamos o Episódio 7 de Édipo Rei




CÉLULA DE IMPROVISAÇÃO / EPISÓDIO 7/ ÉDIPO REI (proposta para improvisação de personagem)
Édipo é supervisor do TEBAS, um grande fundo de pensão internacional que reúne todos os trabalhadores das empresas sediadas no Word Trade Center. Desafiando a Esfinge, há tempos depositou todo o capital da empresa em investimentos de altíssimo risco.//
// No dia 11 de setembro de 2000, Édipo está fora do prédio conduzindo sua equipe de seguranças privados em uma investigação que buscava o assassino do antigo supervisor do fundo, Laio, morto em circunstâncias desconhecidas, notícia que, aparentemente, gerara uma queda brutal no valor das ações do TEBAS. Os funcionários das inúmeras empresas abrigadas no Word Trade Center estavam desesperados diante da possibilidade de perder suas aposentadorias e economias e ao invés de acusar a devastadora crise mundial, preferiam culpar a morte de Laio por suas perdas























“ZONA” 20 min. 13 s

“A Zona é uma área mágica e incompreensível, de espaço radicalmente distinto – um espaço de outridade situado além da Lei, um Chernobyl em que todos os desejos são realizados. Há na Zona objetos inusuais: objetos enigmáticos como os vazios e o sopro ardente, junto com objetos de inestimável valor de uso, como baterias permanentemente carregadas – que são de inestimável valor para o complexo industrial militar.

Este espaço da Zona é inspirado no filme “Stalker” de Andrei Tarkovski, em seu livro Esculpir o tempo, Tarkovski diz “a zona é uma zona, é a vida, e, ao longo dela, um homem pode se destruir ou pode se salvar. Se ele se salva ou não é algo que depende do seu próprio auto-respeito e de sua capacidade de distinguir entre o que realmente importa e o que é puramente efêmero”, para o autor a intenção do filme era fazer com que o espectador sentisse que tudo estava acontecendo aqui e agora, que a Zona esta aqui, junto a nós.



O processo de construção do vídeo, partiu da proposta de investigação da personagem Antígone, a idéia era Antígone entrar a todo custo na Zona – que tem seu território cercado pelo exército de Tebas – para enterrar o corpo de Polinices, morto durante a guerra pelo controle da Zona. Creon não quer que ninguém ultrapasse a fronteira da Zona.”

Nessa jornada, a qual foi base de construção do vídeo, esse espaço da Zona foi pensado como essa Zona de Terapia para traumatizados da Guerra do Iraque. A proposta foi assistir o personagem Creonte nesse momento terapêutico. Para dar conta da realidade virtual, foi escolhido imagens do vídeogame “Virtual Iraq” em que uma americana comenta esse tipo de terapia pós-trauma de guerra. Em seu livro Cinema e Guerra, Paul Virilio fala “antes de serem instrumento de destruição, as armas são instrumentos de percepção, estimulantes que provocam fenômenos químicos e neurógicos sobre órgãos do sentido e o sistema nervoso central, afetando as reações e a identificação e diferenciação dos objetos percebidos”

O objeto de inestimável valor de uso para a cena, seria a bateria utilizada para fazer funcionar esses equipamentos utilizados na terapia. Quando a bateria acaba no meio da sessão terapêutica, as terapeutas utilizam o corpo morto de um soldado morto em combate, Polinices, para que Creonte relembre seus momentos traumáticos.
Para Le Bom “a guerra atinge somente a vida material dos povos, mas também seus pensamentos...e aqui voltamos a esta noção fundamental: não é o racional que conduz o mundo, mas as forças de origem afetiva, mística ou coletiva, que conduzem os homens, as sugestões arrebatadoras desta fórmula mística, cada vez mais potentes, mas ainda vaga... as forças imateriais são as verdadeiras condutoras dos combates”









Para dar conta dos elementos materiais de guerra foram pesquisadas fotos de armamentos militares na internet, desde aviões, tanques, submarino, bombas, plantas e táticas de ataque, além das imagens construímos uma instalação no espaço onde estruturamos com clones de bombas, revolveres, metralhadoras, câmeras fotográficas, filmadoras e projetores. Para Virilio “esta propriedade de tornar visível o invisível – experiência que consiste em examinar indefinidamente uma determinada imagem, encontrar um sentido ao que, a primeira vista, parece um caos de forma sem significação, estão próximas ao procedimento militar de avaliar a paisagem inimiga a partir das destruições realizadas por elementos geralmente camuflados”, assim, pensamos em criar todo um ambiente que aproximasse a experiência da guerra. Após a realização da cenas realizamos uma montagem das fotos com o vídeo, então, surgiu a idéia de acrescentar imagens do processo de criação do grupo, imagens de aquecimento, leitura de textos, ensaios e jornadas. Começamos a montagem do vídeo a partir das fotos, onde preferimos coloca-las em um movimentos acelerado em fusão com imagens de ensaio do grupo, tendo quebras e diálogo com o vídeo “Virtual Iraq”, montagem que utilizamos em projeção junto a cena. Na construção do vídeo percebemos que o acumulo de áudios sobrepostos causava um movimento de choque com as imagens, com esse acúmulo de sensações de sons e imagens, direcionamos uma narrativa ao vídeo onde futuro e presente se fundem



Leitura e discussão do texto “Bem vindos ao deserto do real” de Slavo Zizek










NUCLEOS DE PESQUISAS

os Núcleos tem como objetivo fazer com que os seus integrantes tomem posse dos meios de produção artísticos que caracterizam cada linguagem, fornecendo novas possibilidades de expressão e contato com o mundo, a partir de um modo de produção coletivo, em que nenhum dos produtores se situa alienado do processo de criação.
Os núcleos assim como objetivo principal fazer com que seus participantes, de forma lúdica e sensível, reflitam e atuem criativamente sobre conteúdos relacionados à realidade social e ao projeto


NUCLEO DE VIDEO E TECNOLOGIA


Esfera

O primeiro projeto de pesquisa audiovisual do nucleo de video e tecnologia, partiu da experiência no projeto Corpos Acumulados, onde foram pesquisados a intersecção do vídeo com o teatro, a pesquisa foi desenvolvida de agosto de 2007 a Março de 2010. No projeto Material Tebas a equipe propõe explorar um campo de conhecimento estruturado sobre linguagens interconectadas, partindo das pesquisas ja realisadas pelo nucleo, assim como imagens, textos e sons interligados. O fluxu imagético de acontecimentos é pensado a partir de suas características espectrais, ou seja, o modo como as imagens permeia no tempo. As pesquisas realizadas passam a servir de base para a composição das interconexões entre as criações. O núcleo busca os contrastes dos lugares percorridos em busca de um novo habitar, modos de comportamento e relacionamento com o tempo e espaço, observando as informações de cada ambiente e explorando novas formas e movimentos de criação


ir de encontro ao outro...



Apresentação

Na sociedade atual, onde a informação e o tempo correm velozes, não é possível pensar em sistemas convencionais de comunicação. Cada inovação tecnológica modifica valores, hábitos e costumes, estabelecendo novos padrões de realidade cada vez mais exigentes no que diz respeito à utilização da tecnicidade.
O mundo contemporâneo faz com que todos nós estejamos imersos em imagens. A competição comercial, própria do capitalismo, associada às facilidades da imprensa, da fotografia, do cinema, da televisão e dos computadores, faz com que estejamos mergulhados em um universo, cujo espectro visual é preponderante, inclusive, carregado por mensagens subliminares.
Muitas formas de comunicação extrapolam a realidade, exagerando coisas normalmente aceitas ou simplesmente criando novas formas de se perceber esta realidade. Importa a este projeto explorar como a imagem, sons e textos interligados, nos possibilita gerar novas propostas de escuta, criação e comunicação.
A tecnologia, a mesma que afasta a relação entre as pessoas, também pode contribuir para aproximar. A tentativa do projeto é buscar o espectro de entendimento de culturas e comunidades.

Como explorar todo um conjunto de linguagens conectadas? Como gerar novos espaços de criação e comunicação? Como investigar, criar e dividir a pesquisa para determinada situação? Como refletir sobre o conteúdo dessas informações? Como ampliar os campos de percepção?
Pensar nas formas de transmitir a informação entre as pessoas, a partir das próprias experiências.
A equipe propõe investigar a interconexão entre imagens, sons e textos. A cada nova fase, um novo formato das criações surgira, se envolvendo no encontro e desencontro entre a ação e os elementos sonoros e imagéticos investigados

NUCLEOS DE PESQUISAS 2010


NUCLEO DE VÍDEO
CEU Inácio Monteiro

1º Encontro
De: Cultura Inácio Monteiro
Para: Núcleo de vídeo
Enviadas: Sexta-feira, 18 de Junho de 2010 13:05:57
Assunto: atividades do grupo
Bom dia,
Vimos através deste email informar que nos dias 03 e 04 de 07/2010 serão realizados serviços de dedetização e desratização conforme publicado em Diário Oficial, portanto todas as atividades estão suspensas nestes dias.
Colocamos também que no dia 26/06/2010 será realizada nossa Festa Junina no pátio externo



Devido a festa Junina coincidir com a mesma data de inicio pratico do núcleo, decidimos realizar durante a festa, a divulgação dos núcleos, entregando um convite informativo com os dias e horários dos encontros. Esta divulgação partiu das reuniões preparatórias dos núcleos de pesquisa. A idéia era alem da divulgação dos convites e conversas, realizar uma instalação, onde se criaria uma dinâmica com os freqüentadores, tendo um projetor transmitindo imagens simultâneas do dia, e imagens do processo de criação do grupo. A proposta era realizar uma pratica, mas devido a falta de equipamentos técnicos, não foi possível esta intervenção, o que foi realizado foram imagens da divulgação e da festa, tendo a câmera todo o tempo percorrendo e captando cenas e acontecimentos



No ano de 1975, a Cohab-SP inaugura o Conjunto Habitacional Prestes Maia, construído sobre uma grande faixa de vegetação da Mata Atlântica, substituindo a antiga paisagem de uma importante floresta nativa por um cenário tomado por milhares de unidades habitacionais. Nesse período, as moradias populares construídas pela Cohab-SP “invadiram” bairros de outros distritos distantes da região leste, como Itaquera, Artur Alvim, Guaianazes (em glebas, de onde surgiu a Cidade Tiradentes) e Sapobemba, transformando a região em um dos principais locais de provisões de conjuntos de moradias populares do governo municipal. No entanto, a quantidade de unidades habitacionais não supriu a demanda agravada, dia após dia, a partir das inúmeras crises socioeconômicas que acometiam o país – estimulando a proliferação de ocupações irregulares e favelas em terrenos públicos e privados das periferias da região metropolitana. O conjunto habitacional Inácio Monteiro surgiu em 1987

O movimento de escolher um tema e estudar, discutir, pensar uma proposta pratica que expresse esse tema, experimentar a vivência pratica, conversar sobre essas relações e propor novos caminhos a partir desta vivencia.
Ir e voltar



“É conhecida a remodelação que a estrada de ferro operou não apenas em nossa percepção da geografia, mas, definitivamente, em nossa concepção do espaço e do tempo. Abrindo novos espaços, na escala às vezes de um continente, ele implica também um novo sentimento do tempo, em parte alguma mais legível do que na padronização dos marcos temporais aos quais está presa. Constituição de um novo espaço-tempo, fundado na destruição física do espaço-tempo tradicional, mas também na substituição da moral antiga ligada à natureza por valores novos, o desejo de aceleração, a perda das raízes. Destruição ambivalente, a estrada de ferro é, no mais das vezes, vista, no início do século XIX, como espécie de garantia técnica do progresso e da harmonia entre as nações.” (Jaques Aumont)

VIDEOINDU (primeira parte do vídeo do encontro) doc. 9min.



Neste encontro não havia participantes de fora do grupo, então decidimos realizar a proposta com quem estava presente. Em roda nos apresentamos, e falamos sobre o estar no projeto Material Tebas, sobre o grupo e a reflexão sobre o próprio processo a partir de uma contextualização verbal. Ao falar sobre o processo, reflete-se, questiona-se, pensa-se o movimento do próprio grupo. A apresentação inicial faz parte do exercício, pois é uma forma da pessoa pensar sobre si, propor uma forma de expressar sua pessoa, de conhecer o outro, uma forma muito tradicional talvez, mas, na perspectiva do teatro e vídeo é mais uma etapa, uma especificidade dos caminhos da linguagem. O encontro teve a filmadora em confronto simples com os participantes.
A proposta do encontro é chegar e preparar-se com o espaço, primeiro momento, olhar a voltagem das tomadas elétricas, verificar as condições ideais para poder disponibilizar os equipamentos no espaço.

VIDEOINDU (segunda parte do vídeo do encontro) doc 10min.



Instalação:
“O vídeo nasce e se desenvolve numa dupla direção. De um lado, chamamos de vídeo um conjunto de obras semelhantes às do cinema e da televisão, roteirizadas, gravadas com câmeras, posteriormente editadas, em que, ao final do processo, são dadas a ver ao espectador numa tela grande ou pequena. Mas, de outro, o vídeo pode ser também um dispositivo: um evento, uma instalação, uma complexa cenografia de telas, objetos e carpintaria, que implicam o espectador em relações ao mesmo tempo perceptivas, físicas e ativas, abrangendo portanto muito mais do que aquilo que mostram as telas. Algumas instalações de vídeo já não tem nenhuma imagem prévia ( pré-gravada), nenhuma fita magnética com uma “obra’ registrada, nenhum videocassete para “rodá-la”: há nelas apenas um circuito fechado, em que o espectador, ao deixar-se incorporar ao dispositivo, vê a sua própria imagem desdobrar-se no espaço perceptivo” (Arlindo Machado)

Fragmentos de discussões





Durante o exercício, um de cada vez era levado para fora da sala para, e, a partir do que foi experimentado, tinha que capturar, do pátio externo do Céu, imagens da cidade: como a cidade te invade?
Quando a pessoa volta para a sala, interfere na proposta de quem está dentro da sala
Como você sente a cidade no seu corpo? Traz essas palavras.
Abra os olhos e investiga formas de ler o texto com o corpo todo
Parado, explora formas de dizer o texto, dizer para o outro só com o corpo







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NUCLEO DIREÇÃO E DRAMATURGIA
CEU Lajeado

Terça-feira 22 de junho


Em roda nos apresentamos.
-Falamos sobre qual o papel do diretor,as diferentes formas de direção.
-Iniciamos o exercício percorrendo o espaço.
-Escrevemos agora sem parar o que esperamos do mundo.
-Após isso um a um dizemos com o corpo todo o que acabamos de escrever.
-Escolhemos a frase “todas as cores são minhas” dentre as foram ditas no procedimento anterior.
-Nos dividimos em grupos,improvisamos com essa frase mas usando só hino nacional.
-Surgiram questões durante a improvisação(ter e ver,se você tem não quer dizer que você veja,e vice-versa).

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ARTES VISUAIS
Casa de Cultura Grajaú – Palhaço Carequinha

1º Encontro 23 de Junho
Primeiro dia foi muito bacana e diferente, fazemos uma instalação dos equipamentos de som e imagem, numa praça que é extensão da Casa de Cultura Carequinha



Iniciamos com a leitura de um trecho de Édipo em Colono, e ao mesmo tempo divulgava o nosso trabalho as pessoas que ali estavam e transitavam.
Foram feitas três perguntas, onde as pessoas respondiam da mais variadas formas.
Primeira pergunta: Onde está o poder? O que é terrorismo pra você? Que imagem você viu e gostaria de não ter visto?



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NUCLEO DE MÚSICA
CEU Azul da Cor do Mar

1º Encontro 24 de Junho
A intervenção do coro na fala e no corpo – Para quem ele fala. Procedimento idealizado:- Apresentação/ Conversa (Nosso projeto; Núcleo x Oficina; Brecht + tragédias e Música e Coro). – Exercício: – Instalação sonora* (sensibilização auditiva – audição) – Instalação de estímulos diversos no espaço (textos, instruções**) – interação com o espaço. – Expressão através do coro: formar grupos (individual: busque a sua outra metade, o seu complemento), se comunicar e mover em grupo como um único corpo. – Em coro, interagir com o outro coro. – Conversa final



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NUCLEO DE ATUAÇÃO
CEU Sapopemba

Segunda-feira 21/06/10
Cheguei atrazado, primeiro dia, sai cedo de casa acreditava que iria chegar cedo, me perdi, peguei transito, quase desisti, mas cheguei,Céu Sapopemba, peguei um folder, me informei com os guardas o local exato, mexi em uma porta, trancada, na outra, trancada, nessa aqui ... agora sim, a pratica já estava instaurada, um teatro, palco e cadeiras, o palco vazio, só mochilas, sapatos e bolsas num canto, as cadeiras/platéia, estavam ocupadas por um emaranhado de barbantes, corpos, pessoas e textos a experimentar, sons, movimentos, relações, a imagem do primeiro dia deste núcleo no projeto CORPUS realizado no Pinel estava ali acumulada, agora em outro espaço



Procedimentos
- Breve apresentação dos núcleos
- Aquecimento:
· Espaço previamente disposto com barbantes, que ocupava todo o espaço das cadeiras do teatro
-Locomoção pelo espaço
-Estabelecimento de regras: não tocar no barbante/explorar planos e velocidade/experimentação fora dentro do espaço
-Quando está fora do espaço, observar o que acontece
-Se locomover e ler os textos (colocados no espaço durante o exercício)
-Escolher um trecho
-Fazer uma foto e/ou uma foto em movimento do trecho lido
-Formar grupos e criar uma sequência de fotos para os trechos escolhidos
-Apresentar a sequência
-Discussão do exercício: pergunta da discussão “ Quais os conflitos que surgiram durante o encontro?”



Atuação teatral/ Fernanda, Lígia , San, Amanda, Leila. Coordena fernanda/ barbantes/ texto / trecho do texto usado/ escolhe uma foto / palmas, volta o movimento/ se coloca em varias posiçoes/ aqualquer momento vc pode estar fora / como meu corpo constitui uma foto/ quando eu bater a foto agente volta pra onde agente estava / qual momento vc esta dentro, e qual vc esta fora, se dá o momento de olhar e o momento de fazer/ o ritmo não é mais vc quem escolhe/ tenta criar imagens com o seu corpo/ não se prende a um texto só/ não se prende a um tipo só de movimento/ existe um momento de olhar e um momento de fazer / punir não importa quem, vamos achar os culpados ------ vc se sentir culpado de algo////eu me senti culpado por alguns momentos/ uma espécie de filmes rápidos/ é como estivesse fazendo dramaturgia dentro do ensaio/ as risadas



Discussão do encontro: O objetivo desse encontro era realizar um panorama da obra de Brecht, uma aproximação inicial de alguns temas que temos como objetivo investigar no núcleo de atuação, a criação do exercício partiu do interesse de trabalharmos a noção de conflito e contradições. Fizemos do espaço criado com barbantes um espaço de filiação e desfiliação, ao sair do espaço cercado pelos barbantes há a desfiliação do grupo, criando a possibilidade de observação e de análise da melhor forma de se filiar novamente ao grupo

http://www.trupedechoque.org/materialtebas/nucleos-peripateticos/atuacao/


PRIMEIRAS LEITURAS DE PERSONAGENS



Experimentar ritmos de Tebas/quais são as sete portas de Tebas? /cada porta propõe um desenho diferente para o seu corpo. Como as portas estabelecem relação entre si? qual relação o seu Édipo estabelece com as portas ? qual relação que cada porta tem com Édipo? qual relação das portas entre si? que cidade é essa que vocês desenham coletivamente?


congela,
cada angulo seu esta em relação com outros ângulos no espaço, você desenha em relação com esse ângulos / retoma
procura trabalhar agora com a imagem de Tebas, seu corpo desenha imagens de Tebas, todas as linhas e ângulos do seu corpo





Outubro / 2010



Ruínas. Em Corpos Acumulados parte da encenação se dava em um mundo em ruínas. Hoje, com o olhar orientado a partir de imagens e formas de um novo projeto, Material Tebas – 11 de setembro, nosso trajeto passa outra vez pela conhecida casa, cenário em ruínas de Corpos Acumulados. As velhas paredes serão remodeladas, resignificadas de acordo com as necessidades do novo processo

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